As 23 pinturas mais famosas do mundo (analisadas e explicadas)

Laura Aidar
Revisão por Laura Aidar
Arte-educadora, fotógrafa e artista visual
Tempo de leitura: 16 min.

Quando pensa em uma pintura famosa, qual a primeira tela que imagina? A enigmática Mona Lisa? O perturbador O Grito?

Selecionamos as mais celebradas obras-primas da arte ocidental, feitas por artistas de diversas épocas e continentes. O que elas têm em comum? Todas venceram a barreira do tempo.

1. Mona Lisa, de Leonardo da Vinci

Mona Lisa

A pintura considerada a obra-prima de Leonardo da Vinci foi iniciada em 1503 e acabou sendo concluída somente em 1517. Apesar de ser uma tela pequena, com apenas 77 x 53 cm, Mona Lisa fascina os espectadores com o seu sorriso enigmático.

Atualmente o quadro se encontra no museu do Louvre, em Paris.

Pintada a óleo sobre madeira, a imagem é um símbolo do renascimento francês. Também conhecida como Gioconda, chama a atenção a naturalidade com que a protagonista é representada.

A mulher, cuja identidade é até hoje desconhecida, ficou imortalizada naquele que talvez seja o retrato mais celebrado da pintura ocidental.

Leia a análise detalhada do quadro Mona Lisa.

2. A noite estrelada, de Van Gogh

a noite estrelada

Uma série de quadros do holandês Vincent van Gogh poderia figurar na lista de pinturas mais famosas do mundo. Escolhemos, no entanto, A noite estrelada, pintada em 1889.

A peça é uma pintura a óleo em tela que mede 73,7 × 92,1 cm e se encontra atualmente no MoMA, em Nova Iorque.

Internado voluntariamente após decepar a sua própria orelha durante uma crise psicótica, o pintor escolheu a paisagem vista da janela do quarto do hospital de Saint-Rémy-de-Provence como cenário da sua obra.

O que mais chama a atenção do espectador são as espirais pintadas no céu, mostrando uma atmosfera revolta, na qual percebemos o estado emocional inquieto do pintor.

Gosta do criador holandês? Então aproveite para ler: As obras fundamentais de Van Gogh e a sua biografia e a análise detalhada do quadro A noite estrelada.

3. Composição número 5 (1948), de Pollock

NEW YORK, EUA - 26 DE MARÇO: Foto do artista de Jackson Pollock “Número 31” no Museu de Arte Moderna em 26 de março de 2014 em Nova York, EUA
NEW YORK, EUA - 26 DE MARÇO: Foto do artista de Jackson Pollock "Número 31" no Museu de Arte Moderna em 26 de março de 2014 em Nova York, EUA. Dmitro2009//Shutterstock.com

O pintor norte-americano Jackson Pollock é uma referência no mundo da pintura abstrata. Sua Composição número 5 foi pintada em 1948 e adquirida em 2006 por um comprador particular que ofereceu 140 milhões de dólares pela obra.

A tela é enorme, possui 2,44 m x 1,22 m e foi executada com tinta líquida sobre um painel de fibra. Uma curiosidade bastante peculiar: enquanto pintava, Pollock tinha o hábito de fumar, por isso foi possível encontrar rastros da cinza do cigarro espalhados por toda a tela.

4. A traição das imagens, de Magritte

Isto não é um cachimbo, de Magritte
Milan, Italy - January 27, 2018: Famous surrealistic painting by Magritte on postage stamp. Spatuletail//Shutterstock.com.

Representante do surrealismo, o pintor belga René Magritte criou obras polêmicas como A traição das imagens. O quadro de 63,5cm × 93,98cm foi pintado entre 1928 e 1929 e atualmente pertence à coleção do Museu de Arte do Condado de Los Angeles.

A obra fazia parte de uma série revolucionária intitulada A traição das imagens, que procurava questionar os limites da representação. O trabalho do pintor fomentou uma série de discussões filosóficas como o ensaio composto por Michel Foucault.

Se é fã de Magritte não perca o artigo 10 obras para compreender René Magritte.

5. Gótico americano, de Grant Wood

Gótico americano, de Grant Wood

A tela representante do regionalismo americano foi pintada por Grant Wood em 1930. Trata-se de um pequeno quadro a óleo com dimensões não muito grandes (78cm × 65.3 cm) que está disponível para apreciação do público no Instituto de Arte de Chicago.

Na contramão da cultura europeizante, Wood quis retratar uma realidade tipicamente rural norte-americana (o Midwest americano), valorizando o que havia no seu país de singular. A casa de campo em estilo neogótico ilustrada na tela de fato existiu, foi descoberta pelo pintor em Iowa do Sul.

6. Ponte Sobre Uma Lagoa de Lírios de Água, de Monet

Ponte Sobre Uma Lagoa de Lírios de Água

Ponte Sobre Uma Lagoa de Lírios de Água talvez seja uma das telas mais representativas do período impressionista. Pintada em 1899 pelo francês Claude Monet, tem 93 cm x 74 cm e pertence ao acervo do Metropolitan Museum of Art.

A tela faz parte de um conjunto de imagens produzidas por Monet durante os últimos anos de sua vida. A coletânea de pinturas a óleo Monet deu o nome de Nenúfares.

A paisagem retratada trata-se do jardim do próprio pintor, na comunidade rural de Giverny, na França. Monet mudou-se para lá com a família em 1883 e adquiriu a propriedade sete anos mais tarde.

7. O beijo, de Klimt

O beijo

A imagem O beijo, do austríaco Gustav Klimt, tem uma particularidade especial: conhecida como parte da fase dourada do artista, a tela foi pintada a óleo com folhas de ouro. O abraço envolvente remete a ideia do aconchego e da proteção.

O beijo não é a sua única tela com tema amoroso, antes pelo contrário, o artista tem uma série de trabalhos dedicados ao afeto romântico. Há quem diga que a pintura retrata o próprio casal Klimt e Emilie Flöge.

O primeiro nome dado pelo pintor a tela foi Casal de Namorados, mais tarde o título foi alterado para o singelo O beijo. Com 180 x 180 cm, o quadro foi pintado entre 1907 e 1908 e atualmente está sendo exibido na Galeria Belvedere da Áustria, na cidade de Viena.

Descubra mais sobre o Quadro O Beijo, de Gustav Klimt.

8. Moça com brinco de pérola, de Vermeer

Moça com brinco de pérola

A peça mais famosa do acervo do holandês Johannes Vermeer é, sem dúvida, Moça com brinco de pérola. Pintada a óleo por volta de 1665, a tela mede 44,5 cm × 39 cm e atualmente está no museu Mauritshuis, na cidade holandesa de Haia.

Não se sabe até hoje quem é a moça retratada por Vermeer em sua tela, mas há quem diga que se trata da filha do pintor, uma menina com cerca de 13 anos.

É curioso que a protagonista tenha sido pintada com um turbante, acessório pouco comum naquela época. Outra curiosidade é que o quadro foi pintado sem qualquer rascunho, os ajustes de cor e luz foram feitos sem nenhum estudo prévio.

Conheça uma análise aprofundada do quadro Moça com brinco de pérola, de Johannes Vermeer.

9. A persistência da memória, de Dalí

A Persistência da Memória, de Salvador Dalí, 1931.
A Persistência da Memória, de Salvador Dalí, 1931. kumachenkova/Shutterstock.com

É difícil escolher apenas uma tela do pintor espanhol Salvador Dalí. Ficamos com a mais icônica delas, A persistência da memória, criada em 1931. A pintura a óleo é o símbolo do surrealismo e mede cerca de 24 cm × 33 cm. Atualmente se encontra no MoMA, em Nova Iorque.

O quadro foi pintado em apenas algumas horas, enquanto a mulher de Dalí e alguns amigos se divertiam no cinema. A tela consagrou os relógios derretidos e as formigas, ícones do pintor.

Se você é apaixonado pelas obras do pintor espanhol, leia também As telas mais memoráveis de Salvador Dalí e análise detalhada do quadro A persistência da memória.

10. Guernica, de Picasso

Guernica
Guernica, Espanha - 10 de outubro de 2015: Uma parede de azulejos em Gernika lembra o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola. Tichr//Shutterstock.com.

O painel pintado a óleo pelo espanhol Pablo Picasso, em 1937, é enorme (349 cm × 776 cm) e tem como tema o bombardeamento ocorrido no dia 26 de abril de 1937, na cidade Guernica, país Basco.

Apesar da complexidade, o trabalho demorou apenas um mês para ser executado. Guernica se encontra no museu Reina Sofia, em Madrid, Espanha.

Leia a análise detalhada do painel Guernica e conheça também As obras essenciais para compreender Pablo Picasso.

11. O grito, de Munch

O grito

A imagem representada pelo norueguês Edvard Munch já deve ter cruzado o seu caminho algumas vezes. A peça possui quatro versões, pintadas em tempera, óleo, pastel e litografia. A primeira versão, pintada a óleo, data de 1893, as outras versões foram criadas com técnicas distintas até 1910.

Um dos quadros de O grito (com 91 cm × 73,5 cm) se encontra na Galeria Nacional de Oslo, na Noruega. Outras duas versões estão no Museu Munch, também na capital norueguesa. A quarta versão foi vendida em leilão na Sotheby’s por mais de US$ 119 milhões.

Leia a análise detalhada do quadro O grito.

12. A última ceia, de Leonardo da Vinci

a ultima ceia

Leonardo da Vinci é outro pintor que renderia uma lista a parte, a começar por Mona Lisa, que encabeça essa lista de grandes criações. A última ceia foi pintada pelo italiano entre 1495 e 1498 e se encontra em Santa Maria delle Grazie, em Milão, na Itália.

O painel, com 4,6 m x 8,8 m, foi danificado após a abertura de uma porta, o que custou os pés de Cristo. A imagem, que testemunha a última reunião de Jesus com seus discípulos, é controversa e amplamente debatida até os dias de hoje. Há quem diga que Maria Madalena se encontra representada ao lado direito de Jesus, por exemplo.

Leia a análise detalhada do painel A última ceia.

13. O nascimento de Vênus, de Botticelli

O nascimento de Vênus

Pintada na Itália, entre 1482 e 1485, por Sandro Botticelli, O nascimento de Vênus faz parte do acervo da Galeria Uffizi, sediada em Florença, na Itália.

No centro da tela o espectador se depara com a protagonista, Vênus, sobre uma concha aberta. Ao seu lado estão Zéfiro e a ninfa Clóris, além de Hora, a deusa das estações. A obra foi uma encomenda feita para ornamentar a casa do político e banqueiro italiano Lorenzo di Pierfrancesco.

Saiba mais sobre o Quadro O Nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli.

14. A criação de Adão, de Michelangelo

A criação de Adão

A criação de Adão é parte de um afresco presente na Capela Sistina, em Roma. Quem fez a encomenda foi o papa Júlio II no ano de 1508. Concretizado em apenas dois anos, o trabalho realizado no teto é uma das obras-primas do artista plástico Michelangelo.

As representações belíssimas, pintadas em proporções distintas, registram passagens bíblicas. A parcela que ficou mais consagrada na história da arte foi a dedicada a criação do mundo, onde Deus e Adão quase se tocam.

Leia a análise detalhada do afresco A criação de Adão.

15. As meninas, de Velázquez

As meninas

O instigante quadro pintado pelo espanhol Diego Velázquez em 1656, ilustra uma cena do cotidiano na corte. O que causa intriga no espectador é o fato do pintor também estar reproduzido na tela, do lado esquerdo do quadro.

Trata-se de um trabalho primoroso realizado a tinta a óleo com dimensões grandes (3,18 m x 2,76 m). A tela está disponível para visitação no Museu do Prado, na Espanha.

16. Abaporu, de Tarsila do Amaral

Abaporu

A obra mais conhecida do universo das artes visuais brasileira é Abaporu. A tela foi pintada por Tarsila do Amaral em 1929 para ser oferecida de presente de aniversário ao seu então marido, o escritor Oswald de Andrade. A imagem é um ícone da fase antropofágica da artista.

Símbolo do modernismo brasileiro, o quadro, de 85cm x 72cm, curiosamente se encontra exposto no Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires.

Leia a análise detalhada do quadro Abaporu.

17. A ronda noturna, de Rembrandt

A ronda noturna

O quadro pintado pelo holandês Rembrandt van Rijn em 1642 é um retrato de um grupo miliciano. Na época em que a tela foi pintada, os grupos de milícia serviam para defender a cidade (no caso, Amsterdã). Era um prestígio fazer parte do conjunto.

A Corporação de Arcabuzeiros de Amsterdã encomendou a tela ao já famoso pintor para decorar a sede da companhia. Inovador, Rembrandt criou um retrato de grupo dinâmico, em movimento, até então incomum.

Enorme (dimensões 3,63 metros por 4,37 metros), essa peça preciosa encontra-se no acervo permanente do Museu Rijksmuseum, em Amsterdã.

Se quiser descobrir uma análise aprofundada dessa obra-prima do barroco holandês leia o artigo A Ronda Noturna, de Rembrandt.

18. Os fuzilamentos de três de Maio, de Goya

tela Os fuzilamentos de tres de maio, de Goya

Pintado por Franscisco de Goya, esse famoso quadro retrata um terrível episódio da história espanhola.

Em consequência da Guerra Peninsular (1807-1814), o território espanhol foi invadido pelas tropas de Napoleão Bonaparte e em 3 de maio de 1808, ocorreu um genocídio na cidade de Madri, matando inúmeros civis.

Goya estava em Madri na ocasião. Impactado com o acontecimento, decidiu pintar essa tela com dimensões de 266 x 345 cm. Hoje ela pode ser vista no Museu do Prado, em Madri.

19. Doze girassóis numa jarra, Vincent van Gogh

Tela Doze girassóis numa jarra, de Van Gogh

Essa emblemática obra de Van Gogh também faz parte das mais conhecidas do pintor. Concebida em 1888, integra uma série de telas com o tema "girassol".

Vincent começou a pintar girassóis quando soube que receberia a visita do amigo Gauguin, então produziu algumas telas que pendurou no quarto de hóspedes, em Arles, onde morava.

Essa produção especificamente, agradava muito o artista, pois nela é usado o amarelo de forma intensa, uma cor recorrente em sua obra de forma geral e seu objeto de estudo.

Com dimensões de 97 x 73 cm, o quadro está atualmente no National Gallery, em Londres.

20. As duas Fridas, de Frida Kahlo

Duas fridas, de Frida Kahlo

Ao longo de todo o seu trabalho, Frida Kahlo usou sua própria imagem como forma de se comunicar artisticamente. Em As duas Fridas, pintado em 1939, o que vemos é um autorretrato duplicado da artista.

Simbolizando duas partes de sua personalidade e de sua construção subjetiva, Frida aparece à esquerda usando trajes europeus, enquanto à direita se apresenta com roupas tipicamente mexicanas.

As mulheres, de mãos dadas, estão ligadas pelas veias de seus corações e ao fundo há um céu anunciando uma tempestade. São muitos os elementos simbólicos e camadas de interpretações nessa obra, demonstrando a profundidade de seu trabalho.

A tela, que mede 1,74 m x 1,73 m, está no Museu de Arte Moderna da Cidade do México.

21. O jardim das delícias terrenas, de Hieronymus Bosch

tela O jardim das delícias terrenas

Hieronymus Bosch (1450-1516) foi um artista do renascimento que tem uma obra singular. Trazendo muitos elementos e símbolos relacionados à astrologia, alquimia e outros rituais medievais, mistura ainda referências de seu próprio mundo interior, como sonhos e delírios.

Jardim das delícias terrenas, sua obra mais famosa, a composição que cria é tão rica quanto curiosa. A tela foi concebida por volta de 1500 e é um painel dividido em três partes. O da esquerda foi intitulado Paraíso Terrestre, o do centro Jardim da Delícias, e o da direita, O inferno musical.

Aqui, o assunto tratado é o embate entre o sagrado e o profano. De um lado, há a busca por uma vida espiritual e mística, do outro existem os prazeres carnais e materiais, que naquela época e lugar se chocavam com a moralidade e ideal imposto.

Assim, os inúmeros detalhes dessa obra contam uma narrativa que traz histórias bíblicas e uma representação do que seria o inferno.

22. A morte de Marat, de Jaques Louis David

Tela A morte de Marat

Essa é uma tela de 165 × 128 cm pintada por Jaques Louis David em 1793 e está no Museu Real de Belas Artes na Bélgica.

Jean-Paul Marat foi um francês revolucionário de grande importância na Revolucão Francesa. Conhecido como "amigo do povo", foi assassinado em julho de 1793 com uma punhalada no peito em uma banheira.

Louis David conhecia o revolucionário e diz-se que os dois teriam se encontrada um dia antes de sua morte. Assim, a tela é uma homenagem ao amigo.

23. A dança, de Henri Matisse

A dança, tela de Matisse

Ícone das vanguardas europeias e principalmente da corrente intitulada Fauvismo, A dança é uma tela do francês Henri Matisse. Foi pintada em 1909, tem dimensões de 260 × 389 cm e está localizada no Museu Hermitage, na Rússia.

Foi feita em conjunto com outra obra chamada A música, que traz também as mesmas cores e elementos. Aqui, o que vemos são formas simplificadas de corpos de mãos dadas, dançando uma ciranda.

A liberdade é um dos temas abordados nessa obra, de maneira que vemos as pessoas um momento agradável, se contorcendo e quase flutuando em fundo azul.

As cores puras, a espontaneidade e clareza nas formas compõem uma das telas mais conhecidas do artista.

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Laura Aidar
Revisão por Laura Aidar
Arte-educadora, artista visual e fotógrafa. Licenciada em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e formada em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design.
Rebeca Fuks
Edição por Rebeca Fuks
Formada em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2010), mestre em Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013) e doutora em Estudos de Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e pela Universidade Católica Portuguesa de Lisboa (2018).